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Como funciona a abordagem terapêutica Brainspotting?

O Brainspotting é baseado na teoria de que a memória traumática é armazenada no corpo e no cérebro. Como diz David Grand, o descobridor do Brainspotting, “a retina, composta por 100 milhões de neurônios, é uma extensão do cérebro que se forma embrionariamente a partir do tecido neural. Não é surpresa que os reflexos expressos nos olhos e o sistema de orientação visual revelem e proporcionem acesso instantâneo aos processos subcorticais". 
Na sessão de Brainspotting o terapeuta escuta o cliente e busca o que é chamado de ponto de ativação, para desenvolver o trabalho de dissolução dos problemas em níveis de consciência mais profundos.
Os pontos de ativação, podem ser entendidos como sensações de mal estar ou expressões involuntárias do corpo, quando entramos em contato com memórias traumáticas, seja numa sessão de terapia ou em situações corriqueiras da vida (tremor, incômodo, falta de ar, formigamento etc.).Considerando que a memória traumática está armazenada no corpo e na mente, o Brainspotting é uma abordagem integrativa. 
Dizemos no Brainspotting que o terapeuta é a cauda do cometa. Isso significa que todo o processo acontece com o cliente sinalizando ao terapeuta o que sente ou entende durante o processo. O terapeuta está lá para acompanhá-lo e ser um apoio na liberação de bloqueios e ganhos de recursos emocionais, garantindo que tudo corra bem. 
Ao manter o olhar no brainspot, o paciente é capaz de acessar e processar a memória ou sintoma de forma mais profunda. Isso pode levar à liberação de emoções e sensações bloqueadas, e ao desenvolvimento de novos recursos para lidar com o trauma ou sintoma.

O que pode ser tratado com Brainspotting?

Podemos entender que todas as experiências e sensações ruins de nossa vida vêm de uma rede de memória traumática.
Ao contrário do que muitos pensam, um trauma não precisa ser um evento de proporções gigantescas como passar por uma enchente ou por um assalto.
Quando criança, algo pode ter sido sistematicamente negado a você e, por meio de sinapses neurais, o fez acreditar que não era merecedor de coisas boas, trazendo consequências no decorrer de sua trajetória profissional, por exemplo.
Algo não recebido no passado é um evento traumático de pequena proporção, mas que trouxe prejuízos de autoestima e consequentemente situações indesejadas.
Na maioria das vezes, não nos damos conta de um fato pequeno, poder causar problemas, porque a memória fica escondida, em um ponto inconsciente do cérebro.
O Brainspotting, dentro da sintonia profunda entre terapeuta e cliente, permite localizar, processar e liberar neurobiologicamente, experiências e sintomas que estão fora do alcance da mente consciente e de suas capacidades cognitivas e verbais.
Em casos de ansiedade, depressão, dependências, compulsões ou doenças crônicas, é possível aliviar o peso e curar as feridas da história da pessoa, que geram sintomas. 
Por isso, é também uma ferramenta excepcional para expansão e melhora da performance, em vários campos de atividade, como no esporte, na arte e em atividades criativas de modo geral.

Deste modo, o Brainspotting pode ser uma ferramenta eficaz para tratar:

  • Trauma físico e emocional

  • Dores crônicas

  • Ansiedade

  • Depressão

  • Fobias

  • Depressão

  • Problemas na performance 

  • Problemas de relacionamento
     

Como processar memórias?

Existem muitas abordagens terapêuticas com este intuito. O Brainspotting se utiliza dos olhos, como porta de entrada, para acessar o cérebro e facilitar novas conexões neurais.
O terapeuta com formação em Brainspotting “escaneia” o campo visual do cliente, a fim de encontrar o ponto no cérebro que carrega sensações e lembranças do passado, que podem ser nocivas e trazer o sintoma vivido no presente.
Ao acessar esse ponto, o cliente é estimulado pelo Terapeuta de Brainspotting, ou Brainspotter, a experienciar o que o cérebro quiser. Essas experiências podem vir na forma de fala, imagens ou sensações.
Tudo isso pelo simples fato do ponto cerebral ter sido ativado.
Ao deixar o cérebro livre para fazer suas conexões, acontece o processamento das memórias bloqueadas ou congeladas pelo medo e incapacidade da experiência traumática. Essa é uma capacidade natural do cérebro, de se recuperar, de se curar, assim como qualquer outra parte do nosso corpo. Imagine um corte no dedo que em alguns dias está cicatrizado. Nosso cérebro tem essa mesma habilidade.
O processamento de memórias não acontece de uma hora para outra. Por mais que muitas vezes durante a sessão o cliente já consiga resultados positivos, o processamento continua mesmo depois que a sessão de terapia termina.
Inclusive, a atividade cerebral é tão intensa, que é comum relatos de clientes que se sentem exaustos ou com sono, após a sessão com o terapeuta.
É importante frisar que não é possível apagar memórias. O que o Brainspotting propõe, com o processamento de memórias, é a criação de novas sinapses aproveitando-se da neuroplasticidade cerebral a fim de deixar as emoções dessas memórias no passado e favorecer os aprendizados que delas possam surgir.

Porque utilizar os olhos como porta de entrada para o acesso a pontos no cérebro?

Você já notou que quando buscamos lembrar de algum fato, instintivamente movemos nossos olhos? Faça um exercício: responda quando foi a última vez que você foi à praia ou quando foi a última vez que encontrou um colega do ensino médio. Possivelmente você moveu seus olhos para algum ponto. Você pode também fazer uma dessas perguntas a outra pessoa e ver qual é a reação dela.O movimento ocular, é um movimento de busca pela mente e cérebro. Foi o que descobriu David Grand, terapeuta americano, quando atendia uma atleta patinadora de gelo. Ele percebeu, que ela sempre errava um movimento importante para uma competição. Trabalhando esse tema, a partir de uma estimulação visual bilateral, do EMDR de fluxo natural, os olhos dela congelaram em um determinado ponto e,  curioso, ele sustentou essa fixação do olhar. A partir disso, vários conteúdos de traumas que já haviam sido trabalhados por eles, vieram à tona de uma maneira muito mais intensa. Após essa “experiência”, a atleta não errou mais o movimento que tanto a incomodava. Depois disso, Grand aperfeiçoou a abordagem fazendo novos experimentos e desenvolveu o que hoje conhecemos como a terapia Brainspotting. É dele também a frase lema dessa terapia: “Onde olhamos afeta o que sentimos”.

Quando e como o Brainspotting chegou ao Brasil?

Em 2008 David Grand veio ao Brasil pela primeira vez, para dar o treinamento em Brainspotting. Na época, a formação era apenas de fase 1. Em 2013, quando nossa associação foi fundada, em um treinamento com o David, já existiam as fases 2 e 3, e o Intensivo. Até 2015, o próprio David Grand vinha regularmente ao Brasil para ministrar esses cursos. A partir de 2016 ele nomeou diversos treinadores no Brasil para ministrarem as fases 1 e 2 e assim se dedicar mais a fase 3, intensivo e a seu novo curso, o MasterCass.
2016 foi um ano muito importante para o Brainspotting no Brasil. Houve a expansão dos treinamentos, com novos docentes nomeados por David, e o 1o Congresso Internacional de Brainspotting, realizado em Búzios. Também foi o ano de lançamento da edição em português do livro “Brainspotting: A Nova Terapia Revolucionária para Mudança Rápida e Efetiva”(David Grand). 
Hoje a formação conta com o curso de fase 4 e cursos de educação continuada promovido por diversos treinadores. Continuamos crescendo enquanto comunidade e desenvolvendo e expandindo tanto a teoria quanto a prática do Brainspotting no Brasil e no mundo.

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